Surgimento do cimitério


                           

                                        Um Mergulho no passado
                                             Viajando pelo tempo
                                        MEMÓRIAS DE CANINDÉ
      Pesquisa realizada por Júlio Cézar Marques Ferreira Lima
      SURGIMENTO DO PRIMEIRO CEMITÉRIO DO MUNICIPIO DE CANINDÉ
    






Os cemitérios, além do seu significado sentimental e humano, os cemitérios são uma valiosa fonte de informações históricas e um vínculo importante com o passado quer para indivíduos ou instituições. O objetivo desta pesquisa é tecer algumas considerações sobre a importância de como surgiu o primeiro cemitério no Município de Canindé.
Os cemitérios podem ser considerados como patrimônio histórico cultural uma vez que os restos mortais da pessoa sepultada possuem também uma memória coletiva que vai sendo esquecida ao longo dos anos pelos vivos. Toda pessoa possui uma importância histórica já que ela faz parte da sociedade e a mesma está em constante evolução.
Geralmente os Cemitérios são tidos por algumas pessoas como um local aterrorizador ou assombrado pelo fato de conter cadáveres e por emitir um clima sombrio, no entanto observamos que é meramente uma superstição, pois os cemitérios além de mostrarem a sua beleza histórica e artística através de vários estilos exprimem também sentimentos que permanecem ali sejam eles de saudade, dor, tristeza ou até a promessa de um futuro reencontro em outro plano espiritual. Os cemitérios no Brasil são conhecidos pelas belas imagens de santos que se constitui um museu a céu aberto.
O cemitério São Miguel em Canindé em meio a tantas lápides. Há a necessidade de perpetuar esse bem para que enriqueça ainda mais a nossa história sendo ele um item a mais dos nossos ícones edificados históricos e ampliando nossas mentalidades um pouco mais é que iremos ter respeito pelo que é nosso, e tendo ações como estas é que seremos também respeitados como cidadãos.
O cemitério São Miguel da Paróquia de São Francisco de Canindé conserva parte de sua estrutura antiga a exemplo das fachadas dos muros e portões de entrada, bem como diverssos túmulos antigos e a capela que ainda resistem apresentando uma arquitetura que remonta ao século XIX e que possui valor histórico.  Este espaço poderia ser pensado em seu potencial histórico É importante ressaltar que o Cemitério São Miguel foi construído num contexto de higienização da vila de Canindé na segunda metade do século XIX. Não havia o costume de fazer cemitérios por aqui e os moradores queixavam-se: ”Temos levantado uma boa igreja para nela sermos enterrados o que antes era no campo” (súplica do povo de Canindé á dona Maria I, 1796) ”Somos Enterrados como brutos” (requerimento do povo de Canindé ao (Governador, 1816); ”vivemos e morremos como se fôramos hereges” (súplica de 1796).
           A Súplica dos Habitantes da Povoação de Canindé datado em 1796 dirigida Aos Senhores do Nobre Senado da Câmara da Vila de Fortaleza de N. Senhora Da Assunção os moradores da Ribeira de Canindé, mencionam a importância da Invocação da Capela de São Francisco da Chagas para nela serem enterrados, o que antes era no Campo. Fonte livro Frei Venâncio , 153 )
Súplica dos habitantes da povoação de Canindé – 1796
Senhores do nobre Senado da Câmara da Vila de Fortaleza de N. Senhora da Assunção.
Suplicamos a V.Mces. Os moradores desta Ribeira do Canindé, abaixo assinados, queiram V.Mces. Por bem do serviço de Deus e de Sua Maje. Fma., representar à mesma Senhora a necessidade e miséria em que vivemos na longitude destes sertões, cinqüenta léguas, que tanto dista esta Ribeira desta Vila, sem ouvirmos missa, senão de ano em ano, quando vem o Pároco à desobriga quaresmal, vivendo e morrendo como se fôramos hereges e a maior parte dos que enfermam sem os sacramentos da confissão e da hora da morte e igualmente muitos dos nossos filhos sem o batismo e porque nesta capitania e principalmente nesta freguesia são poucos os sacerdotes seculares e os que há são ocupados nas suas paróquias e toda esta capitania sem utilidade alguma está dando esmola às religiões de Pernambuco, rogamos a V.Mces. Queiram propor esta súplica a Sua Maje. Fma. E impetrar da mesma soberana Senhora o socorro para nossas necessidades para que seja servido conceder para esta nossa freguesia uma casa religiosa que dispersos pela Ribeira deste continente exercitem todos os ofícios de que tanto carecemos para o bem das nossas almas, os quais bem se podem manter e sem o menor incômodo das nossas esmolas, e porque temos levantado à nossa custa uma boa igreja distante da matriz do forte cinqüenta léguas com a invocação de São Francisco das Chagas para nela sermos enterrados, o que de antes era no campo; nenhuma outra religião nos poderá suavizar e acompanhar nos nossos trabalhos do que a do mesmo patriarca; e quando não possa ser ao menos queremos um pároco para nos administrar os sacramentos e como temos certeza por felicidade nossa vinda da mão da divina Onipotência, de que a mesma Senhora como tão pia e tão católica e protetora da Igreja e dos seus vassalos, há de remediar as nossas aflições e as nossas angústias a V.Mces. Recorremos para que da nossa parte sejam servidos por na mesma augusta e real presença a nossa mesma necessidade do que rogam mercê. Fonte – Livro Frei Venâncio “São Francisco das Chagas de Canindé “Pág. 139
A criação de cemitérios municipais no Brasil foi uma medida tomada após a vinda da Família Real ao Brasil, por questões sanitárias. Durante o período colonial não havia cemitérios no Brasil. As pessoas geralmente eram sepultadas sob o piso ou nas paredes das igrejas e dos conventos. Alguns moradores começaram a queixar-se do mau cheiro que começava a surgir em alguns pontos cruciais das cidades, pela falta de espaço para o enterramento dos mortos e aventava-se a hipótese da criação de um local próprio para o enterramento ( cemitério), que ia de confronto direto com a Igreja que era contra. Desde o Século XVIII, médicos ligados a higiene eram contra esse habito, pois afirmavam que isso era muito perigoso à saúde, porem entravam em confronto direto com a Igreja arraigada a crenças e tabus difíceis de serem modificados. A partir de 1828, por razões de saúde pública, começaram a surgir leis que determinavam à criação de cemitérios municipais, que só começaram a ser usados em 1850. Os decretos de 21 de Setembro de 1835 e o de oito de Outubro de 1835 que tornaram obrigatória a construção em todo o território nacional de cemitérios municipais e paroquiais, e que proibiram o enterramento nas igrejas e capelas. Aspiração partilhada pela Igreja, e agora também pelo Estado, como representantes e promotores do Bem Comum.
Esta proibição foi interpretada pela comunidade como uma intromissão do poder civil no domínio da fé e um obstáculo mais à esperança da ressurreição da carne que a casa de Deus pudesse por  ao seu alcance.
 O “enterrar no descampado, aparecia como uma ofensa sacrílega e um atentado à dignidade humana". O Decreto de 28 de Setembro de 1844, ao promulgar a Reforma da Saúde Pública, que incluía a proibição de enterramentos nas igrejas, ainda veio agravar ainda mais a situação. A legislação também contemplava a existência de cemitérios particulares, pertencentes às irmandades. Todavia, mesmo os poucos cemitérios públicos, pelo fato de serem consagrados pela igreja, eram vedados aos protestantes. A solução seria a criação de cemitérios específicos para os protestantes e outros para os católicos. Com o advento da república, houve em teoria a plena secularização dos cemitérios, mas por várias décadas, especialmente no interior, ainda continuaram a ocorrer casos de intolerância nessa área, com proibições ou tentativas de proibição de sepultamentos.
 A explicação para os enterros dentro das igrejas era muito simples: o morto sepultado dentro igreja, tinha sua alma protegida pelos santos, anjos e, sobretudo por Deus, o local era considerado solo sagrado, o que garantiria que a alma do morto iria para o paraíso. O interior da nave era o símbolo metafórico do céu, e o sacrário o símbolo do trono de Deus, todo cristão desejava ser enterrado dentro da igreja: quanto mais próximo do sacrário, mais importante. Os leigos de maior destaque na sociedade eram colocados entre a grade da mesa da comunhão e o arco que separa a capela-mor da abóbada central.
Os sacerdotes eram sepultados na capela-mor. Já houve casos de padres com voto de humildade que pediram para ser sepultados fora da igreja, na entrada. Os escravos normalmente eram enterrados fora, embora o escravo livre pudesse ser enterrado dentro do lugar considerado sagrado.
Fonte - Postado por Juliana Abreu(Necrópoles –três) e Glaucia Garcia de Carvalho ( São Paulo antiga )
           Existia uma ierarquia para realização dos sepultamentos nas Igrejas do Brasil
Igreja de Nossa Senhora da Penha. Havia dentro da matriz uma grade que separava os mortos, da grade abaixo eram sepultados todos os escravos, pardos e brancos que não tivessem prestígio, da grade acima eram sepultados os brancos que representassem algum tipo de autoridade, pertencesse a uma família tradicional que exercesse algum tipo de influência ou poder sobre aquela cidade.
          Enterraram-se antigamente, muitos mortos na Matriz de São Francisco das Chagas de Canindé, uns de grade acima, outros de grade abaixo, segundo a importância e as posses do finado. (…) No subsolo do templo da Basílica de São Francisco jazem as ossadas de várias gerações.
O uso do hábito fúnebre consta em muitos testamentos e nos registros de Óbitos que mencionam a particularidade da Mortalha Franciscana, observando esta tradição que acontecia Sepultamentos na Igreja de São Francisco das Chagas de Canindé, hoje Basílica como podemos constatar documentos que registram que Aos 20 de Abril de 1804, Enterrou-se na Capela São Francisco da Chagas de Canindé, Francisco Félix, Revestido de Hábito branco, constando outros sepultamentos nas mesmas condições sendo que algumas pessoas eram sepultadas das grades para cima e outras das grades para baixo ou nos corredores da capela, como por exemplo:
Antonio dos Santos Lessa/ Tronco da Família Santos Lessa/Fazenda Campos, foi Sepultado na Igreja de São Francisco das Grades para cima, Floriana faleceu em 05 de Maio 1823, Sepultada na Igreja de São Francisco, das Grades para Baixo.
Nos Livros de Assentamentos de Óbitos da paróquia de Canindé, o teor do termo de óbito de Antonio José Moreira Gomes, assim escrito:
 Aos 21 de Fevereiro de 1823, faleceu assassinado com um tiro de bala e munição sem sacramento o Capitão Mor Antonio José Moreira Gomes, Cavaleiro Professo da Ordem de Cristo, Solteiro, natural de Portugal, idade de 75 anos morador na vila de Fortaleza, que apouco nesta Freguesia residia, foi sepultado na Matriz de São Francisco da Chagas de Canindé das Grades Para Cima, vestido em hábito de cor branca, este Assento Assinado pelo Vigário Francisco de Paula Barros-(livro de óbitos iniciado em 16 de maio de 1819 e encerrado a 18 de Setembro de 1870, fls.23 v.)
          Livro de Óbitos número 1 da paróquia de São Francisco; Registro de óbito de Simão Barbosa Cordeiro:
 “Aos seis de janeiro de mil oitocentos e vinte e seis faleceu hidrópico, tendo recebido todos os sacramentos, Simão Barbosa Cordeiro, branco, de idade de setenta e dois anos, casado com Dona Mariana Francisca de Betancort, moradores nesta Freguesia do Canindé, foi sepultado nesta Matriz das grades para cima, envolto em hábito de Terceiro de São Francisco e encomendado pelo Padre Manoel Vieira. E para constar, abri este assento e me assino. O Vigário Francisco de Paula Barros.” (Livro de Óbitos n° 1 da Paróquia de São Francisco das Chagas, Arquivo da Arquidiocese de Fortaleza).”
No ano de 1899 mesmo já existindo Cemitério na vila de Canindé podemos comprovar que os Padres continuavam tendo o previlegio de serem sepultados no interior da Igreja de São Francisco.
Frei Abel de Brignano Gera (bérgamo) Ainda estudante obteve a permissão de vir ao Brasil, Foi enviado ao Convento de Canindé para completar os estudos e preparar-se para o Trabalho Missionário, recebida a Ordenação diaconal, enquanto acalentava os Ideais de servir plenamente no vasto campo Missionário, veio a perecer tragicamente ao tomar banho de madrugada em um açude na vila Canindé, seu corpo foi encontrado algumas horas depois. Foi o primeiro Frade Capuchinho a ser Sepultado na Capela de São Francisco das Chagas de Canindé. Frei Abel Faleceu aos 23 Anos de idade. N.06/10/1876 –v. 22/07/1892 P. 23/071893 fonte-Província São Francisco das Chagas do Ceará.
Quanto aos Sepultamentos que ocorriam na Igreja de São Francisco em Canindé podemos afirmar conforme os registros de óbitos acima mencionados que os mortos eram sepultados das grades para cima e outras das grades para baixo. No arco-mor de frente ao altar-mor da Basílica, havia uma grade, chamada de “comonhão das mulheres”: as mulheres ficavam sozinhas em a nave da Igreja e os homens no espaço enfrente ao altar e na lateral. Esta grade era de madeira trabalhada, conformr o costume; uma obra de arte; ainda hoje há uns pedaços dela, protegendo a estatueta da menina perdida, trazidos do Museu pelo Mestre Germano. (2008), organizador do Museu e da Sala  dos Milagres. Padre Nerí Feitosa (Canindé data e autoria dos fatos “Não me pergunte mais “.  pág. 16.
A bela grade foi substituida em 1952, tempo de Frei Valfredo Tepe, pelo Mestre  Pedro Odisío(Didí), por outa de marmorito. O marmorito era novidade e estavaem moda, mas não tinha a beleza e a resistência da madeira. Foi retirada ( a de marmorito) por Frei Lucas Dolle em 1967, quando se colocou o altar versos populum ( Hélio cita o ano 1971,60). Padre Nerí Feitosa (Canindé data e autoria dos fatos “Não me pergunte mais”. pág. 16.


Antiga Matriz de São Francisco das Chagas de Canindé

Antigo Altar Mor da Matriz supõe que as grades que são mencionadas nos registros de óbitos possam ser a que separava o altar mor ao resto da igreja.
                                                 
Outro gradil fica na frente do patamar da antiga Matriz  de São Francisco que hoje contornam a Basílica o mesmo foi construido pelo mestre Franco no ano de 1895 os que podemos desconciderar, pois neste ano já existia o Cemitério São Miguel.
Ainda sobre o 1º Cemitério da vila Canindé encontramos um documento muito valioso nos arquivos histórico da Paróquia de São Francisco, datado de 1850 trata-se do Vigário Padre Manoel Tomaz Rogdrigues Campelo pedindo licença para benzer o Cemitério ao pé desta Matriz e uma capelinha dentro do mesmo. Uma comprovação que no ano de 1850 já existia na vila Canindé um Cemitério Paroquial, feito ao certo em atenção à lei pouco antes decretada que proibia os sepultamentos nas Igrejas. (Fonte – Documento extraído do Arquivo Histórico da Paróquia de São Francisco de Canindé.
    Em 1853, já existia em Canindé um cemitério paroquial, feito ao certo em atenção à lei pouco antes decretada que proibia os sepultamentos nas igrejas. (19) Frei Venâncio.
     Em 1885, nove de agosto, por desdpacho do Bispo D. Joaquim José Vieira, foi dada licença ao Pároco encomendado de Canindé para a benção do Cemitério público daquela Vila. Hélio Pinto Vieira, pág. 31      
Pesquisando na secretaria da Paróquia tive acesso á um Livro de Registros de Óbitos da Freguesia de Canindé datado de 1855 á 1874. O certo é que com o aparecimento de um documento que registra a licença para benser um Cemitério na vila Canindé em 1850 periodo em que o Padre responssavel pela paróquia de São Francisco era o PE. Manoel Tomás Rodrigues Campelo surge a possibilidade de esta data ser verídica, pois o referido Padre passou a substituir o primeiro Vigário de Canindé Padre Francisco de Paula Barros apartir de 1834 permanecendo em Canindé até 1860. Outo detalhe é que nesse periodo quem assinava os registros de óbitos da Paróquia era o Padre Manoel Tomás Rodrigues Campêlo.
No relatório Paroquial datado em 05 de Junho de 1872 o Vigário Pedro Alvares de Araújo informa Ao Presidente da Provincia Exmo.João Wilkens de Matos Que existem dois Cemitérios na Vila Canindé, dos quais um está inutilizado desde que nele se fizeram inumações de pestíferos e o outro que está servindo não se ressente por ora de necessidade alguma urgente. Além destes, deve-se notar que existem mais três Cemitérios, dois nas povoações de São Gonçalo e Caiçara na Serra do Machado e outro numa pequena povoação do sertão de Canindé denominada Serra Branca os quais estão em péssimo estado de conservação tendo sido feitos os cercados de Madeiras e estas se tendo naturalmente estragado com o tempo estão servindo de pastagem dos animais, e o quanto se me oferece informar a V. Exa; em cujo zelo e profundas sabedorias esperam as mais prósperas e sábias providência. Fonte Livro Frei Venâncio, 184
Registros do Livro de Óbitos da Freguersia de Canindé Livro 01 1853 a 1874.
Os dados registrados nestes textos estão contidos no 1° LIVRO DE ÓBITOS DA Freguesia de São Francisco das Chagas de Canindé, que se encontra nos arquivos da Secretaria da Paróquia de São Francisco. Pesquisa realizada por Júlio Cézar M. F. Lima e Trancritos por Clara Vieira fincionária do Cartório Maciel de Andrade.

Consta este livro de 177 folhas, as quais por mim numeradas e rubricadas e para constar fiz este termo que Assino em 02 de Junho de 1853. Vigário Manoel Tomaz Roriz Campelo.
Este livro que serviu para nele se lançarem os registros dos Óbitos feitos Nesta freguesia de Canindé. Provincia do Vigário de Pernanbuco por mim abaixo encerrado, numerado e rubricado com a rubrica de que uso, Campelo, despacho de 27 de Maio de 1855.
Do Reverendo Antonio Pinto de Mendonça e para constar fiz este termo em que assunto Matriz em Junho de 1855.
Vigário Manoel Tomaz Roriz Campelo.

Aos 09 de Janeiro de 1853 pelas quatro hóras da tarde faleceu da vida presente Florencio Escravo do Reverendo Manoel Tomaz Rodrigues Campelo, com idade de 20 anos pouco mais, ou menos com todos os sacramentos e sepultado no Cemitério desta vila, na sepultura em hábito branco, e para constar mandei fazer este assento em que me assino.

Aos 30 de Novembro de 1855, pela cinco horas e meia da tarde, faleceu de mordida de cobra com idade de 36 anos, pouco mais, ou menos, Raimunda de Souza Morador da Fazenda Logradouro desta Freguesia de Canindé, foi envolta em hábitos branco, por mim foi emcomendada e sepultada no Cemitério desta Freguesia, e para constar mandei fazer este assento em que me assino.

Aos 06 de Julho de 1855 pelas 07h00min hóras do dia faleceu da vida presente com idade que ignora Geronimo escravo de Simão Barbosa, com todos os sacramentos foi sepultado no Cemitério desta Matriz e por mim solenemente encomendado e para constar mandei fazer este assento em que assino. Vigário Manoel Tomaz Rodrigues Campelo.

Aos 22 de Abril de 1853 pelas 12 hóras do dia faleceu da vida presente com idade que ignora Cândida com todaos os sacramentos, e foi sepultada no Cemitério desta Matriz e por mim solenemente encomendado, e para constar mandei fazer este assento em que me assino.
Vigário Manoel Tomaz Roriz Campelo

Aos 14 de 08 de 1953 pela 05h00min horas da tarde faleceu da vida presente com idade que ignora Francisca Escrava de Urçula com todos  os sacranetos e foi sepultado desta Matriz e por mim solinemente encomendado e para constar mandei  fazer este assento em que me assino.
Vigário Manoel Tomaz Roriz Campelo



Aos 13 de Stembro de 1862 faleceu da vida presente, com Idade de 100 anos Josefa Maria da Cunha e sepultou-se no Cemitério desta Matriz em volto em hábito branco e para constar mandei fazer este assento em que me assino.
 Aos 17 de Agosto de 1872 faleceu da vida presente com idade de 50 anos sem confissão Bernarda Maria de Jesus solteira e sepultou-se no Cemitério desta Matriz em volto em hábito Branco e para constar mandei fazer este assento.


Um Artigo Escrito pelo Nosso inesquecível Historiador Canindeense de Saudosa Memória Francisco Magalhães Karan (Chico Karan) Revela segredos sobre a primitiva Casa dos mortos da Vila Canindé “O primeiro Cemitério de Canindé”.
Outros apontamentos históricos relacionados aos Cemitérios que foram construidos na Freguezia de Canindé que consideramos importantes estão registrados nos Livro de Tombo da Paróquia de São Francisco das Chagas de Canindé  Números 01,02,03 e 04 referente aos anos de  1896 a 1948:
1896 – Benção do Cemitério do Arraial da Vazante do Curu, pertencente á Capela de Santo Antônio em 17 de junho de 1896. Pelo Padre Manoel Cordeiro da Cruz.
1897 _ Em virtude de uma licença do Bispo a favor de Alexandre Teixeira de Castro foi bento um quarto de Cemitério, onde está sepultado o pai do dito, na frente da Capela de Santana no sítio  Santa Rosa.   ...  Muitas famílias contruíram ermidas e capelas e encarregavam-se mesmo da manutenção do culto, mas estatuíam como obrigação testamentária o jazigo perpetuo para a família dentro da capela ou em suas proximidades. Ser sepultado no local de culto tinha um sentido particular de devoção, pois significava a proximidade do santo protetor, a fim de garantir sua proteção também após a morte. Evidentemente que numa sociedade oficialmente católica, isto construía também motivo de orgulho para as pessoas de maior posse. Á exemplo da Igreja de Menino Deus na Cidade de Itatira no interior da mesma estão sepultados os Pais do Estevão Guerra.
1902 _ Permissão para eregir um Cemitério no lugar Santa Rosa.
1911 _ Licença ao Sr. Raimundo Batista para construir um Cemitério na população de Campos em 19 de 1911.
1914 _ Licença para benzer o Cemitério na Capela Paraiso – antiga Lagoa do Mato – em terrenos doados por Antonio Honorato da Silva ( 12 braças ) .
 1916 Benções do Cemitério do Salão, construido pelo Engenheiro construtor do Açude Salão foi bento por Frei Círilo de Bergamo. Com a seca de 1915 a situação da construção deste açude piorou consideralvelmente tomando proporções e aspectos verdadeiramente catastóficos. A fome começara a flagelar os operários e a segurança pessoal dos auxiliares e construtores tornara-se crítica. “População em afitissímas”. Noticia da ordem de trabalho no Salão atrai imensa massa de flagelados da seca. “Ainda a propósito desta construção, lêse no Relatório do Chefe do Distrito: Os operários apresentavam as mais precárias condições possíveis, esqueléticos e seminus...” homens enfraquecidos, acompanhados de mulheres e crianças maltrapilhas e nuas chegam àquele local (Salão), a procura de trabalho... “Mais de mil famintos já se julgavam empregados e salvos da morte pela fome que grandes claros fazia a população adventícia”. Sendo impossível colocar na construção da barragem os famintos que acorriam para Canindé.
1948 _ Licença para benzer um Cemitério. “No arraial Bandeira”.
O PRIMEIRO CEMITÉRIO DE CANINDÉ
O SEGREDO E REVELAÇOES SOBRE A PRIMITIVA CASA DOS MORTOS DA VILA DO CANINDÉ, A REFORMA DO PATAMAR DA IGREJA N.S, DAS DORES REVELA A EXISTENCIA DA ANTIGA NECROPOLE.

Quando em Junho de 1955 O vigário da Paróquia de São Francisco Frei Policarpo Cornéllius Mandou fazer uma reforma no Patamar da Igreja Nossa Senhora Das Dores com a escavação e remoção de dezenas de metros cúbicos de terra, para o afastamento do patamar, muitos ossos fragmentados foram encontrados, vendo-se vestígios do velho Cemitério, comprovando que ali, em eras remotas existiu um cemitério que serviu durante muitos anos, para o enterramento dos mortos da antiga vila de Canindé, este somente fora extinto para dar lugar a construção do atual templo católico, no ultimo quartel do século dezenove.

Esta terra esta polvilhada de fragmentos ósseos dos que ai repousam há mais de 100 anos
TEXTO E FOTOS DE F. KARAM.
O dinâmico vigário de Canindé, Frei Policarpo Cornellius, juntou alguns tostões, pegou no dinheiro que estava destinado a, construção do tumulo das Filhas de Maria, arranjado por estas por intermédio de uma subscrição popular, trocou tudo por mosaico e cimento, e se propõe, agora, dotar de novo e moderno piso o patamar do vetusto templo de N.S. das Dores. É plano seu, também, demolir os parapeitos que cercam o adro da igreja e que so servem para, durante as missas e novenas, darem assento aqueles que vão ali conversar e fumar. Longos batentes de cimento darão acesso à igreja também pelas laterais. Como a área a mosaicar seja muito grande, a titulo de economia, o vigário vai recuá-la alguns metros, beneficiando, assim, o fim da rua Martins Rodrigues que ficara com sua esquina mais ampla.
Na manhã de sol do dia 5 de junho as picaretas e pás começaram a funcionar, iniciando as abras. Foi removido, primeiramente, todo o velho piso de tijolo irregular que, nos dias de chuva, formava caprichosas poças dagua. Logo após começou o trabalho de desagregação dos parapeitos de tão cara e querida tradição. Por fim desceram ao grosso do serviço com a escavação e remoção de dezenas de metros cúbicos de terra, para o afastamento do patamar.
Aspectos das escavações vendo-se vestígios do velho cemitério

O CEMITÉRIO SUBTERRÂNEO
Existiu, ali, em eras remotas, um cemitério que serviu, durante longos anos, para o enterramento dos mortos da antiga Vila de Canindé. Este somente fora extinto para dar lugar à construção do atual templo católico, no ultimo quartel do século dezenove.
Não se sabe precisar o inicio da ereção da igreja, mas reza a tradição oral que em 1877, no ano da grande seca, a obra fora paralisada, na altura correspondente ao levantamento das torres. Desta forma, também não se pode avaliar a data do fechamento do referido cemitério. Fato  e que existiu e funcionou ate mesmo depois da construção do outro, heroicamente ainda de pé e também há muito tempo fechado.
Mulo diferente dos outros, em solidez ou construção. Nenhuma placa, nenhuma cruz. Sós tijolos, terra e fragmentos de ossos. Buracos que se abriam no chão ao impacto da picareta, esqueletos que se desfaziam ao mais leve contacto da mão operaria. Nenhum pequeno indicio de que tenha existido ali algum tumulo de memores. É aqui onde cabe uma enigmática indagação. Onde estarão sepultados os ricaços ou membros das tradicionais famílias da terra? Na Matriz ou nesse cemitério? Terá algum corpo dali, sido posteriormente transladado, para atual cemitério de São Miguel?
Convimos, no entanto, que quando da construção da Igreja, os ossos encontrados nesse cemitério deveriam ter sido guardado num ossuário na nova necrópole . Essa medida foi adotada em Fortaleza, quando se pretendeu dar acolhimento digno aos despojos encontrado no antigo cemitério da capital, no local onde hoje se levanta a Estação Ferroviária, na Praça Castro Carreira.
Muitos ossos fragmentados foram encontrados ainda, agora .E, se mistura com terra e banda de tijolos, foram servir de aterro a construção do Abrigo dos Romeiros, na rua Paulino Barroso. Que fiquem dispersos até o juízo Final....
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Escavaçõs no patamar da igreja de Nossa Senhora das Dores: ossos fragmentados

UMA TESTIMUNHA OCULAR
Talvez não existam mais duas pessoas que tenha lembrança de como era o Cemitério de São Francisco. Na pesquisa cuidadosa e paciente que tive, de coligir dados e procurar informações, tive a felicidade de encontrar um remanescente daquela época, e que, segundo declara, conheceu o referido cemitério. É um velhinho pobre e quase cego que implora a caridade publica nas ruas de Canindé. Não sabe quantos anos tem, mas adianta que na seca de 1877 sua idade era 18 anos. Dessa forma e fácil concluir-se que conta atualmente 96 anos de idade. Chama-se Galdino Cordeiro da Rocha foi morador da família Magalhães e protegido do Capitão Lolo. Não se recorda de como era o cemitério por dentro, mas se lembra que era grande e terminando exatamente onde termina a igreja. Pelo local transitou muitas vezes tangendo boiadas, por uma pequena vereda que havia entre os matos circunjacentes. A fachada principal era simples, composta apenas de um muro tendo ao centro um largo portão, sem nenhuma arte ou decoração.
Eis, pois, um fato pitoresco da historia do Canindé, cuja revelação, de maneira modesta e inexpressiva, não constitui novidade ou, sensacionalismo. Quando muito encerra um pequeno documentário que servira de subsidio a quem, no futuro, sem lançar mão da fantasia e por mais amor a verdade, se aventurar a escrever a historia quase desconhecida do primeiro cemitério da antiga Vila do Canindé.
Canindé, junho de 1955 – Texto e fotos: Francisco Karam




Igreja Nossa Senhora das Dores – começada em 1877, na administração do Padre José Laurindo dos Santos. Os trabalhos foram interrompidos e depois retomados em 1884, tendo sido concluídos em 1885, sob a direção do Dr. Elpídio José de Carvalho Sousa, Juiz de Direito da Capela (Hélio Pinto, 30) (Venâncio, 23); benta em 1886 na administração do Padre Alexandre Correia de Araújo, por conta do cofre de São Francisco (Manual de preparação para festa de 2001). No dia 2 de julho de 1866 foi benta, consagrada e entregue ao público por Dom Joaquim José Vieira a Igreja Nossa Senhora das Dores.
Fonte: Jornal O Santuário, edição de setembro de 1916.  Equipe de Comunicação do José Alves.
Como podemos constatar a construção desta Igreja se deu em uma época de sacrifício e fome foi impressionante à força de vontade acrescida de fé, devoção e do trabalho coletivo que deu o sustento á dezenas de trabalhadores famintos em busca de ocupação para ganhar o sustento de suas famílias. As secas representam, desde tempos imemoriais, uma marca indelével no sertão nordestino. Uma das mais trágicas ocorreu no ano de 1877, tendo-se estendido de forma avassaladora por um período de três longos anos. O sofrimento da gente nordestina nos períodos de estiagem originou lendas que se perpetuaram através da tradição oral transmitida de geração a geração.
  

As gerações mais novas de Canindé que passam e olham a igreja de nossa senhora das Dores com a habitualidade com que os olhos se acostumaram talvez ignorem a história do templo e como ele nasceu e se ergueu para servir de guia àquele antes atrasado e inexpressivo meio.

Podemos avaliar que mesmo com as pesquisas realizadas nos cartórios, livros de registros de óbitos da Paróquia de São Francisco e demais fontes aqui mencionadas ainda temos dúvidas quanto ao 1º cemitério construido em Canindé, pois se existia um cemitério no local onde foi construido a Igreja nossa Senhora das Dores siguinifica dizerem que o cemitério São Miguel passou a existir apartir o ano de 1877 datas em que teve inicio a construção da referida Igreja. Ocorre que conforme pesquisas realizadas no cemitério São Miguel constataram tumulos com datas apartir do ano de 1864. E o mais interessante no livro de registros de óbitos da Freguezia de São Francisco das Chagas de Canindé existe registros 1850 A 1874. Talvez quando foram construir o novo cemitério possam ter transferido alguns restos mortais do cemitério onde hoje está construido a Igreja Nossa Senhora das Dores para o cemitério São Miguel e sucessivamente da parte do cemitério que foi condenada na epoca da epidemia para onde hoje ficam localizados os túmulos mais antigos do lado do primeiro portão e da capela São Miguel.
                                     
                                 Imagem do Cemitério antigo que foi condenado na época das pestes epidemias


                                       Imagem do Cemitério antigo que foi condenado em Canindé



Reza a tradição oral, que parte do cemitério São Miguel foi condenada quando houve uma epidemia da Febre Amarela e Cólera. A necessidade da mudança do cemitério deu-se quando do risco de uma epidemia provocada por um tipo de bactéria ou vírus identificado por Sanitaristas do Ceará. Então foi isolado parte do cemitério ficando por longos anos o cemitério novo e o velho que era condenado, sendo que na atualidade os dois estão sendo utilizados.


Ao realizarmos uma pesquisa junto ao Mestre da Cultura Getúlio Colares Pereira o mesmo afirmou que quando iniciou seus trabalhos de conservar o cemitério São Miguel de Canindé em 01 de Maio de 1968 ao receber as instruções do Sr. Chico Romão que estava aposentando-se, uma das principais recomendações era que o cemitério velho era condenado e que não poderia ser sepultados cadáveres no referido local, pois no ano de 1932 teria havido uma epidemia de febre Amarela, o local teria sido isolado para evitar a contaminação da Doença, esta determinação teria sido feita pelas Autoridades Sanitárias.
 Getúlio destacou que muito antes de iniciar seus trabalhos no Cemitério onde hoje existe um quarto que serve de depósitos para os equipamentos, funcionava um pequeno necrotério neste local antes dos corpos serem sepultados eram retirado amostras dos Fígados dos Cadáveres para realização de exames em laboratórios do serviço de Saúde Publica, os técnicos responsáveis por este trabalho de Necrópcia eram o farmacêutico Monte Negro o Delegado Joel Abreu e Fransquinho de Sousa.
O nosso querido Getúlio tomou uma decisão, resolveu fazer uma limpeza geral nos dois Cemitérios, inclusive passou a plantar Algodão, Milho e Feijão no Cemitério Velho, com o passar do tempo observou que o Cemitério novo não tinha mais espaço para sepultamentos e em Janeiro de 1975 decidiu reativar o antigo Cemitério, Getúlio relata que foi questionado pelo Saudoso Sanitarista Chico Campos sobre sua atitude, mas alegou que não tinha outra opção, pois teria que ter local suficiente para sepultar os mortos e alternativa mais prática era reativar o velho Cemitério.  
Outro fato interessante tratava-se das pessoas que cometiam suicídio por enforcamento, envenenamento e outros, os mesmos eram sepultados em um único local separado. O Sr. Maciel de Andrade nos relatou que por volta do ano de 1932 em um dos prédios do Cel. Leoncio Macambira um Homem conhecido como José Maracacheta Cometeu Suicídio e foi sepultado do lado de fora do Cemitério, local em que passou aser enterrado todas as pessoas que cometiam suicídio. Esta informação foi confirmada também pelo Sr. Nézio Abreu que Trabalhou 36 anos no Cemitério São Miguel da Paróquia de Canindé que inclusive nos afirmou que trabalhou na reforma do patamar da Igreja das Dores e presenciou a descoberta de um Cemitério antigo onde hoje está construída a referida Igreja.
O Sr. Nézio Abreu nos comentou que á congregação de São Vicente de Paulo de Canindé através dos Vicentinos desenvolviam um trabalho social, fizeram a doação de uma Urna Funerária para o Cemitério, que servia para os pobres, a família que não podia adquirir um Caixão por conta própria, solicitava emprestado o caixão coletivo dos Vicentinos e conduziam o corpo da residência até o Cemitério, na hora do sepultamento devolviam o caixão e enterravam o cadáver envolto de lençol e rede.  
Quanto às recomendações de enterrar as pessoas que cometiam Suicídio serem enterradas em um único local separado dos outros, Getúlio resolveu acabar com este preconceito, pois no ano de 1968 não havia mais esta discriminação passaram a ser sepultados todos de forma igual.
Em pesquisa realizada no Cemitério São Miguel de Canindé constatamos  registrado nos Túmulos e Jazigos Mais Antigos os Seguintes Sepultamentos:
Jazigos mais antigos do cemitério São Miguel e os mais expressivos em recursos de edificação.






  







Jazigo do coronel. João Pinto Damasceno. Aparecem na foto,
Augusto Facundo, Zé Feitosa, Zuil Vieira, Dr. Aramis
João Pinto Damasceno nasceu em Canindé no dia 23 de junho de 1846, filho de João Pinto Damasceno e de D. Ana Quitéria de Magalhães Damasceno. Casou-se no dia 20 de novembro de 1885, com D. Joaquina Cordeiro da Cruz Pinto (Quininha), filha do maujor José Cordeiro da Cruz e de Joaquina Cordeiro da Cruz Rabelo (Quinou). João Pinto Damasceno por muitos anos colaborou na formação social e política de Canindé. Era fazendeiro e pecuarista.
Batalhou, juntamente com seu cunhado Bertoldo Cruz e Antonio Cruz Saldanha, pela causa abolicionista no município de Canindé, onde pertenceu ao quadro da Libertadora como tesoureiro. Foi também tesoureiro da Confraria de São Francisco das Chagas, nos anos de 1893-94. Elegeu-se vereador pelo Partido Conservador.
No município de Pentecoste, comandou o 64º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional. Pelo Decreto de 11 de setembro de 1890, é nomeado ao posto de tenente-coronel-comandante. Carta Patente data de 11 de setembro de 1890. No dia 25 de novembro do mesmo ano presta juramento e assume o exercício no dia 03 de dezembro.
O coronel João Pinto Damasceno era o amigo certo que nas horas incertas não faltava com o apoio aos seus amigos e correligionários. Além disso, era honesto e trabalhador. Faleceu no dia 26 de janeiro de 1913, sendo sepultado no cemitério São Miguel, em Canindé. Do casamento com D. Joaquina Cordeiro da Cruz, nasceram:
Dr. Mozart Pinto Damasceno, bacharel em Direito, solteiro;
Clóvis Pinto Damasceno, poeta e funcionário público federal. Casou com D. Maria de Lourdes Holanda Pinto;
Francisca Sini Pinto Cordeiro, casada com Nemésio Barbosa Cordeiro de Magalhães, fazendeiro e ex-prefeito de Canindé;
José Pinto Damasceno, comerciante e ex-prefeito de Canindé. Casou com D. Edite Martins Pinto;
Lauro Pinto Damasceno, pecuarista. Casou com Francisca Ilza de Magalhães Pinto;
Lídia Pinto Vieira, casada com Luiz Magalhães Vieira, funcionário público e ex-prefeito de Ca-nindé.
Obs.: Todos falecidos.
(Arquivo de família de Hélio Pinto Vieira, neto de João Pinto Damasceno.)

LEÔNCIO XAVIER MACAMBIRA, nasceu em Canindé no dia 30 de abril de 1867, filho de ANTONIO XAVIER MACAMBIRA e de D. JOANA XAVIER MACAMBIRA.
Em primeira núpcias casou-se com D. Emilia Laura de Oliveira e em segunda núpcias ca-sou-se com D. Ana Bastos de Oliveira (Senhorinha). Foi comerciante, agro pecuarista e Chefe Político, tendo ocupado o cargo de INTENDENTE no período de 01.08.1899 a 28.04.1904 e de 1904 a 05.02.1912. Pertenceu a primeira Companhia do 64 Batalhão da Guarda Nacional do Município de Canindé, ocupou o posto de Capitão nomeado em 3 de fevereiro  de 1891, recebeu a patente em 23.04.1891, tendo muito contribuído para o desenvolvimento político social de sua terra natal.
A pedido de sua virtuosa e distinta esposa mandou iniciar em 1900, a construção da Ca-pela do Sítio Trapiá, na Serra do Machado, sob invocação de Nossa Senhora Santana.
No dia 26 de julho de 1901, havendo um tríduo solene e missa cantada pelo Rvmo. Frei Hilário d’Lode, foi benta e consagrada a Capela com afluência de várias famílias e cavalheiros que foram de Canindé e o povo em Geral do Belém do Machado.


ZACARIAS VIEIRA DA COSTA era avô respectivamente dos musicólogos Galdino José Gondim e Zacarias Tomás da Costa Gondim.
Em Canindé, é o tronco da tradicional família VIEIRA DA COSTA.
Faleceu em 04 de março de 1878 e foi sepultado no cemitério São Miguel.
JOAQUIM JOSÉ DA CRUZ SALDANHA Capitão Cruz Saldanha Nasceu em 17 de Janeiro de 1813 Faleceu Aos 26 de Julho de 1876

JOAQUIM JOSÉ DA CRUZ SALDANHA, nasceu em Canindé, no dia 17 de janeiro de 1813, filho de D. Maria do Nascimento Barbosa Cordeiro e do Português licenciado em Cirurgia, José Joaquim da Cruz Saldanha. Casou-se em 1833 com D. ANA QUITÉRIA RABELO DA CRUZ SALDANHA, filha do Capitão-Mor BENTO FERREIRA RABELO e D. FRANCISCA INÁCIA PINTO DE MAGALHÃES RABELO.
Major Simão Barbosa Cordeiro, Nasceu na Fazenda São Pedro em Canindé, no dia 30 de agosto de 1799, filho do tenente general Simão Barbosa Cordeiro e D.
CAPITÃO CRUZ, como era chamado ocupou diversos cargos públicos em Canindé, onde foi conceituado Chefe Político, revelando inteligência superior, impondo-se à consideração de todos pela rigidez do seu caráter, pela dedicação com que tratava a pobreza de quem se constituiu o médico. Foi chefe do Partido Conservador, Presidente da Câmara Municipal, Vereador, Juiz de Paz, Cap. Da Guarda Nacional e Deputado Provincial.
O casal, JOAQUIM JOSÉ DA CRUZ SALDANHA E D. ANA QUITÉRIA RABELO DA CRUZ SALDANHA, tiveram os seguintes filhos: José Cordeiro da Cruz, Manoel Cordeiro da Cruz Saldanha, Maria Madalena Cordeiro da Cruz, Francisco Cordeiro da Cruz Saldanha, Maria das Dores Cruz Saldanha, CEL. Antonio Cruz Saldanha (Abolicionista), João da Cruz Saldanha (Monsenhor), Maria de Jesus Cruz Saldanha, Amélia Cruz Saldanha de Magalhães, Abel Cordeiro da Cruz Saldanha e Idalina Cruz Rabelo Saldanha.

Bacharel Francisco Barbosa Cordeiro Filho do Capitão Manuel Luiz de Magalhães, e D.a Bernardina Barbosa Cordeiro de Magalhães, casado em l.as núpcias com D.a Maria Damasceno Magalhães e em 2.as com D.a Maria de Araujo Magalhães. Falleceu a 8 de Fevereiro de 1912 na sua fazenda Oiticica, municipio de Canindé- Contava 77 annos.





JOAQUIM CORDEIRO DA ROCHA
Fonte: Diccionario Bio-bibliographico Cearense - Barão de Studart
Nasceu em Canindé a 19 de 1815, sendo seus genitores o Cel. Ajudante de Campo José Joaquim da Rocha e Da Isabel Barbosa Cordeiro, filha do Tenente-General Simão Barbosa Cordeiro. Avôs paternos o Capitão de Ordenanças José Joaquim da Rocha, irmão do Padre Visitador Manoel Antonio da Rocha, e D.a Maria da Resurreição, filha do Cel. Bento Pereira Vianna. Entrando para o Seminario de Olinda, recebeu as Ordens menores a sete, o subdiaconato a 8 e o presbyterato a 29 de Novembro de 1840, e disse sua Ia missa na Matriz de Canindé a 19 de Março do anno seguinte. Chegado ao Ceará, foi capellão de Tamboril cerca de 3 anos, e a 13 de Novembro de 1866 teve a nomeação de vigário interino de Canindé. Cego e paralítico por muitos annos, falleceu a seis de Maio de 1905 e foi sepultado na capella do cemitério de São Miguel, Canindé.
Augusto Cordeiro da ROCHA
Fonte: 1001 Cearenses Notáveis - F. Silva Nobre
Nasceu em Canindé 15 de fevereiro de 1867, filho de Francisco Cordeiro da Rocha e Isabel Cordeiro da Crz. Rocha Estudou no Ateneu Cearense. Comerciário em Baturité, onde fundaram o jornal literário “Os Livros”. Também fundou com Tomás Barbosa e Cruz Filho, “O Canindé” (1903), primeiro jornal de sua cidade natal: Colaborou n-”O Nordeste,, “O Ceará”, “O Estado”, (de Fortaleza) e “O Município” (de Baturité). No “Álbum Imperial”, de São Paulo, publicou série de artigos sobre Canindeenses Ilustres. Deixou inédita a obra Genealogia da Família Barbosa Cordeiro. Ensinou: no Colégio São Francisco, dos frades capuchinhos, e fundou o Grêmio Literário Afonso Celso (em Canindé). Publicou: Santuário de São Francisco de Canindé e Leôncio Serroni. Morreu em 23 de setembro de 1923.
PADRE FRANCISCO BARBOSA CORDEIRO
(do arquivo de Augusto Rocha)

Padre Francisco Barbosa Cordeiro, nasceu no dia 1 de Abril de 1787, na fazenda São Pedro, município de Canindé, filho do Tenente General Simão Barbosa Cordeiro e Dona Mariana Francisca de Paula Saraiva Bitencourt.
Ordenou-se no Seminário de Olinda, Pernambuco. Foi Capelão do Pelo Sinal, hoje cidade de Independência no Estado do Ceará. Foi também Capelão em Trairi, vindo depois a residir na fazenda Jacurutu, em Canindé.
Era sacerdote virtuoso. Não foi homem distinguido por alto grau de inteligência e saber, mas era dotado de gênio artístico, muito curioso e ótimo ourives. Teve ocasião de mostrar obras de ouro, feita por ele, de admirável valor artístico.
Faleceu no dia 3 de Setembro de 1843, em Canindé.


Francisco Maglhães Karam

   O canindeense Francisco Magalhães Karam, durante toda a sua vida, dedicou-se à pesquisa e ao resgate de nossa história, conseguindo formar um precioso acervo de documentos raros, jornais antigos, livros e fotografias indispensáveis para reconstituição da nossa trajetória política, cultural, social e religiosa. Com o seu desaparecimento, abriu-se uma grande lacuna nessa área, para a qual, no presente momento, não enxergamos ninguém digno de preenchê-la.

Maria Dinorá Neves Monteiro nasceu a 14/01/1921 em Itarema – CE. Seus  pais foram: Antônio da Costa Monteiro e Maria Iza Neves Monteiro.
Em 1943 Dinorá ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição. Fez o Noviciado na Serra do Estevão, a 11 de fevereiro de 1945, a Profissão Temporária e a 12 de fevereiro de 1948, a Profissão Perpétua, também na Serra do Estevão.
Nos seus 54 anos de vida religiosa trabalhou no colégio Santa Isabel, em Fortaleza; na Escola Sagrado Coração de Jesus, em Belém no Pensionato Santa Maria Goretti, em S. Luís e no Curso Profissional Santa Clara, em Canindé, desde 1964.
                      Ir. Celestina escreveu:
“Ir. Silvina, mulher de aparência frágil contrastando com seu caráter impulsivo, decidido, energético, audaz.” Inclina às atividades domésticas e exímias na arte culinária..Dir-se-ia natural capacitação para “ Casa e Cozinha”, o que lhe valeu a liderança do chamado “Curso Profissional Santa Clara.” E era, então, quando Ir. Silvina se revelava entusiasta, competente e responsável...
O tempo para ela era ouro, por isso mesmo, jamais lhe faltou hora para rezar e participar da vida comunitária. “Era aí que contribuía no recreio com boas risadas e algum fato engraçado para contar.”
                      Ir. Mirian Celeste, coordenadora da Comunidade onde Ir. Silvina viveu 36 anos, escreve:
“Ir. Silvina trabalhou em Canindé, incansavelmente, pelo Reino de Deus. Ela contribuiu muito para a formação e Profissionalização de muitas jovens e senhoras desta cidade; relacionava-se muito bem com todos: ricos e pobres...
Ir. Silvina tinha muito cuidado especial com sua saúde; cada seis mês ia a Fortaleza realizar seu chekup. Tudo ia muito bem. Era sempre disposta, saudável, com aquele rosto jovem que parecia zombar do tempo, não deixando transparecer as marcas das experiências vividas ao longo dos anos. Não se queixava de doenças ou coisa alguma; parecia sempre estar feliz consigo mesmo, com Deus e com os outros. Era de um temperamento sensível e por isso estava sempre atenta para servir e ajudar em tudo que fosse possível. Às vezes se aborrecia, mas logo depois estava a mesma pessoa serena e amiga. Recebeu de Deus muitos dons, sempre ficava feliz quando os partilhava ou quando alguém solicitava sua ajuda. Quando cheguei a esta Comunidade, como coordenadora, surpreendeu-me em Ir. Silvina seu espírito de acolhimento, obediência, partilha, generosidade, disponibilidade e pobreza...
Tinha sempre muito cuidado em prestar conta de suas atribuições, nos mínimos detalhes.
Na madrugada do dia 27 de junho, Ir. Silvina sentiu uma forte dor abdominal, suderose e vômitos. O médico a visitou e medicou-a. Ao amanhecer, dizia sentir-se melhor. Foi ao abrigo dos idosos visitar um irmão que ali vive. Assistiu a missa com ele. No dia 28, pela manhã, levei-a para uma avaliação cardíaca, no PROTO CÁRDIO, em Fortaleza. O médico, ao fazer o ECG constatou INFARTO. Ir. Silvina ficou internada na UTI, vindo a falecer na madrugada do dia 02 de julho.
Seu corpo foi velado na capela do Colégio Santa Isabel, até 10 horas, quando foi celebrada a santa missa, após a qual, levamos os seus restos mortais para Canindé.

                      Uma multidão recepcionou o esquife de Ir. Silvina à altura do Posto Rodoviário Federal para conduzi-la até a capela do Hospital onde as Irmãs, e muitas outras pessoas a esperavam. O velório se deu com orações, homenagem feita pelas alunas, professores e amigos. A Santa Missa concelebrada por João José e Fr. Albano, às 17 horas. Uma multidão acompanhou o corpo de Ir. Silvina até o cemitério. Durante o percurso muitas orações, homenagens e faixas feitas pelo povo, em geral  e principalmente pelos alunos dos vários Colégios da cidade.”
Assim o povo de Canindé traduziu sua gratidão e seu reconhecimento por tudo que Ir. Silvina fez naquela cidade e por tudo que ela foi para aquelas pessoas.
Irmã Anselma, freira alemã que fundou o Lar São José

Joaquim Magalhães Filho e Irmã Anselma:
IRMÃ ANSELMA ISEKEM, DA CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS MISSIONÁRIAS DA IMACULADA CONCEIÇÃO EM CANINDÉ, FUNDADORA DO LAR SÃO JOSÉ
É com imensa alegria que recordamos a história de vida da nossa eterna e amada Irmã Anselma, membro da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição, foi uma religiosa Alemã que recebeu merecida mente o Título Honorifico de Cidadã Canindeense um reconhecimento das Autoridades Públicas e da Sociedade, pelos seus relevantes serviços prestados á nossa comunidade. A capacidade de trabalho e dinamismo de Irmã Anselma nos transmitia a impressão de uma alma jovem determinada e disposta a enfrentar sempre novos desafios.
Irmã Anselma Iskem nasceu na Alemanha, recebeu na pia batismal o nome de Guilhermina. Fez votos religiosos no dia 11 de Fevereiro de 1932. Pouco tempo depois veio para o Brasil, exercendo suas atividades missionárias em Salvador, Aracaju e Maceió, no Nordeste brasileiro, chegando, inclusive a desempenhar o cargo de Superiora.
Em 1944, época da Grande Guerra Mundial, sofreu represálias em Aracaju, pelo fato de ser estrangeira (Alemã).
Em 1963 veio para Canindé, onde desempenhou valoroso e abençoado trabalho religioso, destacando-se o seu altruísmo junto aos pobres da periferia desta cidade, principalmente aos humildes do bairro Palestina. Por muito tempo confeccionou paramentos e alfaias para as nossas Igrejas.
Todos os Domingos visitavam os presidiários na Cadeia pública, levando-lhes não só a pequena ajuda material conseguida junto aos amigos, mas, acima de tudo, a palavra de Deus, essencial para as suas vidas.
Se aos presos levava a Palavra de fé, da esperança na justiça, pelos velhinhos desvailados da “ Terra Peregrina “ , ela fez muito mais:
Juntamente com Frei Lucas Doller Criou o LAR SÃO JOSÉ, onde aqueles da terceira idade, abandonados pela sociedade injusta ou pela família ingrata, ali são acolhidos com fraternidade, na certeza de um final de vida sereno na paz de Deus.
Seu trabalho ganhou dimensões sociais. Pois Irmã Anselma com sua simplicidade desenvolvia naturalmente um trabalho filantrópico  em prol dos menos favorecidos foi convidada pelo nosso inesquecível Vigário Frei Lucas Dolle, para administrar uma pequena casa que abrigava idosos com ajuda da Paróquia. Então Irmã Anselma aceitou o desafio, logo se lembrou do local onde funcionava uma antiga lavanderia, que servia para alunos do convento. E começou o movimento em prol da construção do Lar São José, tudo com muitas dificuldades, Frei Lucas conseguiu uma pequena verba para pagar trabalhadores e com paredes entre as colunas conseguiram construir, a princípio 05 quartos o que foi muito pouco. Irmã Anselma como era determinada decidiu apelar para a generosidade de sua família na Alemanha e conseguiu donativos. E assim, aos poucos, foi construindo este lar que a cada dia crescia. No final de sua gestão haviam 30 quartos acolhendo carinhosamente 30 Idosos 03 deficientes visuais 05 deficientes Físicos, dois totalmente Surdos, uma Índia surda muda e outros deficientes.
Irmã Anselma era devota de São José por esse motivo a denominação do “LAR SÃO JOSÉ” em suas palestra Irmã Anselma recomendava as pessoas para recorrer ao Santo; pois Santa Tereza de Avilan dizia que nunca pediu uma coisa a São José que ele não a tenha dado; ela sorria e dizia por isso que minha caixa nunca fica vazia”. Irmã Anselma com sua criatividade estimulava os idosos a desenvolver atividades trabalhavam em pequenas peças de Artesanato para serem vendidos na época de romarias. Nos  fundo do prédio as margens do rio, existia uma área que eles cultivavam e foi transformado em um pomar e uma horta onde produziam e colhiam frutas e verduras para o consumo da casa, tinha também umas vaquinhas para fornecer o leite.
Além as das atividades de Irmã Anselma na Administração do Lar São José, com seu prestígio e reconhecimento da sua atuação de generosidade e solidariedade humana conseguia donativos que vinha da Alemanha principalmente roupas, tecidos, calçados etc. por ocasião do Natal promovia uma confraternização para famílias da periferia da cidade e presenteava mais de mil criançinhas pobres que todos os anos conseguiam realizar seus sonhos de infância receber o presente das mãos de Irmã Anselma. 
Irmã Anselma era muito querida pela população principalmente pelas famílias mais carentes a quem ela se dedicava incansavelmente.Foi a última Alemã da Ordem Missionária da Imaculada Conceição que trabalhou em Canindé.
No dia 22 de Abril de 2005, depois da Celebração da Eucaristia na sua intenção, quando comemoravam 65 anos de vida religiosa, 32 em Canindé onomástico, emocionada teve de ser recolhida “saindo do refeitório na cadeira de rodas “ ao seu quarto. Ali ficou prostrada ,recebendo, porém, todos os cuidados. Depois de algum tempo, teve de baixar a enfermaria, tendo, a noite, uma plantonista. Ali recebia visitas dos amigos que não a esqueciam.
O sofrimento foi intenso: a dor na perna de onde o médico extraiu 11 parafusos, uma trombose e pneumonia dupla. Acredita-se que muito lhe fez sofrer o ter perdido a fala, ela que tanto gostou de transmitir seus desejos, em especial, aos Franciscanos que vinham vela e as Irmãs.
Aos poucos não mais se alimentava, entretanto todos os recursos médicos foram lançados para aliviar-lhe os sofrimentos.
Seus olhos azuis, fixos nas pessoas ao seu redor, indicavam que ouviam as orações e cantos, como se costumava fazer.
Assim foi definhando, chegando ao fim de seus dias. Pela madrugada do dia 16 de Outubro p/p as Irmãs cercavam o seu leito e, pelas 5 horas da manhã, Irmã Anselma faleceu. 90 anos de vida o Pai lhe concedeu e Lea foi ao seu encontro. Rezamos a oração da manhã ali mesmo. A oração pelos falecidos e um grito de esperança ao Pai. O féretro foi levado á Capela do Hospital, para o velório.A tarde houve a celebração Eucarística presidida pelo provincial, Fr. Afonso e concelebrada por seis Franciscanos. Muitos fiéis e Irmãs representantes das comunidades do Ceará, celebraram conosco a missa de corpo presente e, em seguida, deu-se o sepultamento bem concorrido: o guardião, confrades e religiosos acompanharam.
Não esquecemos a tristeza humana, mas enfatizamos a força da consolação na esperança.
Os parentes foram logo comunicados, especialmente, o sobrinho que esteve com ela em julho.

Não ficaria completa a relação dos precursores do nosso progresso e desenvolvimento da terra de  São Francisco das Chagas de Canindé, se dela não constasse o nome da Irmã Anselma. pelo notável trabalho que desenvolveu como evangelizadora nos campos social e educacional, durante os 33 anos que residiu em Canindé. Integrada a Congregação ds Irmãs missionárias da Imaculada Conceição. , Irmã Anselma foi uma batalhadora incansável em favor das atividades dessa valorosa instituição religiosa que tem prestado inestimáveis serviços a Canindé e sua gente desde que aqui se implantou há quase 60 anos.
Assim era a Irmã Anselma , bondosa, prestativa, sempre pronta a auxiliar os necessitados. Deixou os mais belos e vivos exemplos de solidariedade humana e amor ao próximo e cujo trabalho aqui realizado muito contribuiu para o sucesso das atividades das Irmãs Ordem Missionária da Imaculada Conceição, Dona de uma fibra inquebrantável,  Irmã Anselma  foi uma guerreira que trabalhou até os últimos dias de sua vida, vindo a falecer em com a idade 90 anos na terra de São Francisco das Chagas de Canindé.
“A saudade é a certeza de que a presença querida continua muito dentro de nós.”




Maria Barbosa de Paula Pessoa Nasceu em 03/06/1829 Faleceu em 28 de Janeiro de 1864 Casada em 20/10/1852 Com       Vicente de Paula Pessoa (Senador do Império e grande jurista) ela Filha do Major Simão Barbosa Cordeiro.
    Isabel Maria do O Nasceu em 1823 e Faleceu aos 15 de Abril de 1864
Quitéria Francisca Goes Nasceu em 18 de Novembro de 1805 Faleceu Aos 19 de Novembro de 1884
Coronel Manoel Barbosa Cordeiro Nasceu em 1797 Faleceu Aos 09 de Novembro de 1866
Capitão Manoel de Luiz Magalhães Nasceu em 01 de Janeiro de 1801 e Faleceu Aos 13 de Março de 1876
Capitão Cruz Saldanha Nasceu em 17 de Janeiro de 1813 Faleceu Aos 26 de Julho de 1876
José Cordeiro da Cruz Nasceu em 12 de Fevereiro de 1835 e Faleceu em 31 de Julho de 1886
José Coelho da Silva Nasceu 20/01/1852 Faleceu Aos 26 de Dezembro de 1887
José Cordeiro da Rocha Nasceu em 04/01/1858 Faleceu Aos 03 de Abril de 1887
Antonio Francisco de Goes Nasceu 27/04/1851 e Faleceu Aos 06 de Maio de 1887
Major Simão Barbosa Cordeiro Nasceu em 30 de Agosto de 1799 Faleceu em 03 de Maio de 1887
Isabel Cordeiro Magalhães Nasceu 26/12/1849 Faleceu Aos 19 de Fevereiro de 1893
Francisco Cordeiro da Cruz Nasceu no Ano de 1820 e Faleceu em 1894
Quitéria Damasceno Nasceu em 05/01/1817 Faleceu Aos 20 de Agosto de 1895
Ana Cordeiro da Rocha Magalhães Nasceu em 17/08/1816 Faleceu Aos 26 de       Maio de 1897
João Pereira Faleceu em 30 de Abril de 1897
Manoela dos Santos Ferreira Nasceu em 1820 Faleceu Aos 02 de Maio de 1897
Antonio Francisco de Magalhães Nasceu em 10/11/1808 Faleceu Aos 26/01/1898

Capitão Antonio Francisco de Magalhães Nasceu em 10 de Novembro de 1808 Casou-se no dia 29 de Julho de 1837 com Anna da Rocha Cordeiro Magalhães ele Faleceu Aos 26 de Janeiro de 1899
Mariana Cordeiro da Rocha Nasceu em 31/12/1822 Faleceu Aos 17 de Dezembro de 1900
Coronel Clementino Fenéas Jucá Faleceu Aos 04 de Maio de 1905
Ver. Padre Joaquim Cordeiro da Rocha Faleceu Aos 06 de Maio de 1905
Tenente José Joaquim Cordeiro da Cruz no dia 11 de Dezembro de 1907
Coronel Antonio Cruz Saldanha Faleceu Na Fazenda Transval no dia 26 de Julho de 1908
Aulina Barroso Sampaio Nasceu em 17/06/1880 Casou-se com Pedro Sampaio em 29 de Julho de 1898 Faleceu Aos 21 de Junho de 1908
Metom Rocha da Cruz Nasceu em 14/01/1872 Faleceu aos 13 de Setembro de 1908
Francisca Auta Magalhães Nasceu 12/09/1873 Faleceu Aos 08 de Fevereiro de 1908
Francisco Barbosa Cordeiro Nasceu em 04/10/1868 Faleceu Aos 07 de Outubro de 1910
Izabel Alencar Araújo Nasceu em 10 de Dezembro de 1877 Faleceu Aos 15 de Novembro de 1917
Maria Delfim Amaral Nasceu em 12/09/1851 Faleceu 24 de Agosto de 1921
Manoel Umbelino da Silva Nasceu em 1842 Faleceu 06 de Junho de 1923
Anna Maria Magalhães Nasceu em 20/04/1900 Faleceu Aos 04 de Março de 1924
Braulio Holanda Nasceu em 1890 Faleceu no Ano de 1944
Joaquina Cordeiro da Cruz Pinto ( QUININHA ) Nasceu em 03/08/1865 Faleceu Aos 07 de outubro de 1961
Frades Franciscanos que foram Sepultados na Capela do Cemitério São Miguel em Canindé:
Frei Matias de Ponterância (Bergamo) Faleceu no dia 02 de Agosto de 1947
Frei Aurélio Faleceu 18 de Fevereiro de 1948
Frei Benigno Faleceu no ano de 1947
Frei João Capistrano
Frei Policarpo Faleceu no dia 08 de Dezembro de 1965
Frei Teodoro Heerke Faleceu no dia 15 de Junho de 1972
Frei Ernesto Faleceu em 15 de Agosto de 1975
Frei Jovêncio Faleceu em 22 de Dezembro de 1978
Frei Pedro Faleceu em 27 de Dezembro de 1978
Frei Timótio Faleceu no dia 28 de Fevereiro de 1991
Frei José Maria Faleceu no dia 27 de Junho de 1994
Frei Aniseto Faleceu no Dia 13 de Novembro de 1993
Frei Gevázio
Frei Humberto Wallschlag Faleceu em 05 de Julho de 2005
Frei Cosmo Faleceu no ano de 2006
No dia 16 de Setembro do ano de 1993 os restos Mortais de 10 Frades Franciscanos foram Transferidos Para uma Capela no Convento Santo Antônio de Canindé Construída especialmente para sepultamento dos Frades Franciscanos, Na Ocasião Foi Realizado uma procissão do Cemitério São Miguel para o Convento de Santo Antônio onde Foi Celebrada a Santa Missa, quanto aos restos Mortais que se encontram sepultados na Capela ao lado do Convento Santo Antônio de Canindé são os seguintes: o Frade  Capuchinho Frei Matias de Ponterância ( Bergamo ) , Frei Teodoro Heerke, Frei Aurélio, Frei Benigno, Frei João Capistrano, Frei Policarpo, Frei Pedro, Frei Juvêncio,Frei Aniseto e Frei Timótio.
                                 



Ainda sobre as Valiosas informações do nosso Mestre da Cultura Getúlio Colares, que Nasceu em Canindé aos 23 de Março de 1929, hoje com 84 anos de vida, 69 anos que toca os sinos da nossa belíssima Basílica de São Francisco das Chagas de Canindé.
 Informa-nos que Trabalhou 27 anos e oito meses no Cemitério São Miguel da Paróquia de São Francisco, durante esse longo período, sepultou 12.681 Cadáveres dentre os quais 8.397 adultos e 4.284 crianças.
Relata que a primeira Imagem de São Miguel Arcanjo era muito bonita e valiosa cor de bronze infelizmente foi roubada no ano de l966, a imagem era do século passado, talvez quando da fundação do Cemitério por volta de 1864 datas registradas nos Túmulos e Jazigos mais antigos que pesquisei.
A nova Imagem de São Miguel só foi recolocada na Capela, no dia de Finado do ano de 1992 quando houve a celebração de uma missa para benzer a referida imagem, que foi adquirida através de uma campanha coordenada pelos colaboradores nossa querida dona Nelsa Braga esposa do saudoso Manú, Messias Batata e nossa inesquecível Helena Marinho Cordeiro, outros grandes colaboradores para as obras de conservação do cemitério que merecem destaques conforme ressalta Getúlio são os saudosos Capitão Antonio de Francisco Magalhães,Joaquim Quinca Magalhães, José Antonio Magalhães dentre outros.
Outro fato interessante trata-se do antigo Sino do Cemitério do Século Passado foi retirado no ano de 1979 para ser exposto no Museu e substituído por outro que foi lamentavelmente roubado no ano de 1985.
Getúlio mesmo aposentado ainda demonstra Carinho e preocupação pela conservação do nosso Cemitério, pois questiona que Túmulos antigos estão sendo demolidos e substituídos como, por exemplo, o Túmulo do ex Juiz Manoel Peixoto de Alencar datado de 05 de Maio de 1924 e de Belarmino de Magalhães datado de 18 de Abril de 1920 dentre outros. Fonte- entrevista com Getúlio Colares
Outro Caso polêmico que chamou bastante atenção foi um sepultamento que ocorreu no cemitério São Miguel em Canindé no Ano de 2009 o cadáver foi sepultado em pé, trata-se do Sr. Edson de Sousa Aguiar, Nasceu em Canindé,em 06 de Novembro de 1915,Trabalhou 42 anos no DNOCS, formou-se em direito aos 60 anos, fez concurso  para o cargo de procurador Federal e aposentou-se no cargo.

Com a superlotação do Cemitério do São Miguel e a falta de espaço para expanção do mesmo bem como sua localização em perímetro urbano, recentemente surgiram problemas relacionados a questões ambientais e sanitarista levantado pela SEMACE Secretaria de Meio Ambiente do Ceará, que apresentou relatório técnico exigindo em regime de urgência a regularização de documentação e medidas sanitária e ambiental do Cemitério conforme normas e padrões exigidos pelo Ministério da Saude e Meio Ambiente, inclusive encontra-se em tramitação um processo no fórum da comarca de Canindé que caso não seja solucionado o problema em questão o nosso antigo Cemitério São Miguel está passível de interdição. É importante ressaltar que o referido Cemitério vem sendo administrado dez de sua fundação pela Paróquia de São Francisco das Chagas e que apesar de várias tentativas por parte Pároco Frei João Amiltom em negociar a transferência da administração do Cemitério para o poder Público Municipal não houve interesse por parte do atual gestor Prefeito Manoel Cláudio Pessoa Cardoso.




HISTÓRIA DO DIA DE FINADOS

O Dia de Finados é o dia da celebração da vida eterna das pessoas queridas que já faleceram. É o Dia do Amor, porque amar é sentir que o outro não morrerá nunca.
É celebrar essa vida eterna que não vai terminar nunca. Pois, a vida cristã é viver em comunhão íntima com Deus, agora e para sempre.
Desde o século 1º, os cristãos rezam pelos falecidos; costumavam visitar os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram sem martírio.
No século 4º, já encontramos a Memória dos Mortos na celebração da missa. Desde o século 5º, a Igreja dedica um dia por ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava.
Desde o século XI, os Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia por ano aos mortos.
Desde o século XIII, esse dia anual por todos os mortos é comemorado no dia 2 de novembro, porque no dia 1º de novembro é a festa de "Todos os Santos".
O Dia de Todos os Santos celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados.
O Dia de Todos os Mortos celebra todos os que morreram e não são lembrados na oração.
Mons. Arnaldo Beltrami – vigário episcopal de comunicação
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Imagens do Cemitério São Miguel em Canindé



                                 Capela do Cemitério São Miguel



                                                      
        




Enterros de Aristides Rabelo, 1947 Estavam presente Frei Benevenuto, Frei Policarpo, Frei Arlindo, Silvio Rabelo, Virgílio Cruz, José Feitosa, Joaquim Magalhães Filho, José do Egito Macambira, Adamir Alves, Macário da Silva, Juarez, Valter Cruz e Sulamita Rabelo.
       



  



Enterro de Aristides Rabelo, 1947. A casa da esquina deu lugar à agência do Banco do Brasil


Procissão passando em frente a casa de Júlio Uchoa Cavalcante, Praça da Basílica










Em 2 de Agosto de 1946, a Festa de Nossa Senhora dos Anjos, às 18h30, rodeado por nell'Ospedale irmão Civil de Fortaleza, padre Martin gentilmente deu sua bela alma a Deus, purificado por um doloroso calvário. Com  77 anos Já tinha passado 23 anos desde que ele tinha deixado Canindé No entanto, o povo de Canindé, que nunca tinha esquecido, reafirma a sua estimativa, convidando insistentemente e ficando o corpo do venerável padre Então, 03 de  agosto 1946 abençoou o corpo foi transportado para o Canindé, onde foi realizada a expensas do  funeral que estavam un'apoteosi. A cidade estava toda enfeitada. O prefeito decretou um dia de luto, porque todos puderam cumprimentar seu corpo dell'illustre missionário. As pessoas notaram e acompanhado Padre Mathias movido pela forma como ele queria, foi velado na  Basílica que ele ajudou a  construiu.  O caixão foi conduzido, por sua vez, pelo seus ex-alunos em uma grande procissão , associações, o Colégio S. Francisco e do «Instituto Frei Mathias mais de quarenta mãos apoiadas o cadáver, enquanto que as janelas e as asas da multidão vieram as flores, orações, saudações e lágrimas (de cronológica Carta enviada do Brasil para a Cúria da capuchinha Provincia Lombardi, 1946). Todos os jornais e conversamos sobre isso antes de seu caixão foi recitado várias intervenções, incluindo a do Prefeito de Canindé que festejou as virtudes e méritos do grande ausente, acreditava, mas não mais de Ponteranica Canindé. Padre Mathias foi sepultado no cemitério de São Miguel Arcanjo.
No dia 16 de Setembro do ano de 1993 os resto Mortais de 10 Frades Franciscano foram Transferido Para uma Capela no Convento Santo Antônio de Canindé Construída especialmente para sepultamento dos Frades Franciscanos (ao lado do Convento de Santo Antônio). Seu nome permanece entre os mais ilustres habitantes da cidade e não há celebração da data gloriosa para Canindé onde Padre Mathias e seu nome é lembrado apenas para causar intermináveis aplausos. Fonte WILLEKE, Frei Venâncio, OFM. São Francisco das Chagas de Canindé. Salvador-BA. Mensageiro da Fé, 1962.
Capela na entrada do Convento Santo Antonio, com os restos mortais de Frei Matias





Alunos do Colégio São Francisco erguem o caixão em frente à basílica,
Nas últimas homenagens ao cauchinho Frei Matias